De um modo geral, as contribuições culturais, filosóficas, políticas e científicas que os árabes e muçulmanos deram ao mundo no decorrer dos últimos quase 1.500 anos é hoje praticamente ignorada pelo mundo ocidental. Quando muito, a impressão que se tenta passar é a de que os árabes teriam sido apenas "transmissores" de conhecimento e nunca "produtores" desses mesmos conhecimentos. Ou ainda meros tradutores de textos de outros autores importantes. Não há falsidade maior que essa.
São incontáveis os grandes cientistas, filósofos e sociólogos árabes que deram enormes contribuições em suas respectivas épocas. Pretendemos com este trabalho, que é parte de nossas pesquisas desde 1993, sobre a obra desse que foi um dos maiores pensadores árabes de todos os tempos, que foi Ibn Khaldun al Raman al Arabi. Queremos concentrar esforços para tentar recuperar as contribuições em vários campos da ciência desse cientista tunisiano que foi, entre tantas coisas, filósofo propriamente dito, historiador, sociólogo, geógrafo, economista, jurista e estadista (tendo sido secretário de Estado de vários sultões no Norte da África).
Os elementos que publicamos a seguir, procuram reunir dados, informações e opiniões de vários autores, enciclopédias e dicionários especializados, sobre a vida, obra e pensamento do eminente cientista árabe, ainda hoje profundamente ignorado no mundo ocidental e ainda mais em nosso Brasil.
As obras ou trechos delas publicadas a seguir serão feitas na língua portuguesa, mas foram traduzidas a partir de pesquisas que realizei em cinco idiomas (além do português, o francês, o espanhol, o inglês e o italiano; quanto ao árabe, apesar de dois anos de estudos particulares e dois anos na USP, ainda não domino esse idioma).
Khaldun foi altamente produtivo do ponto de vista intelectual. Mas a sua obra que é considerada magistral e de referência para tantos estudiosos e pesquisadores foi El Mukhadima que quer dizer Os Prolegômenos – uma introdução à História Universal. Posteriormente a ela e publicada em sete volumes saiu Kitab Al-Ibar, que significa “História Universal”, que só veio à luz em 1867 na cidade do Cairo e publicada em inglês. Essa obra é considerada pela UNESCO como uma das obras da literatura mundial de referência.
Khaldun publicou ainda História dos Berberes e das dinastias muçulmanas na África Setentrional em dois volumes, traduzida para o francês apenas em 1847. Sua autobiografia surge apenas em 1951, em inglês também publicada no Cairo. Aliás, registre-se, foi o primeiro pensador de renome internacional a ter escrito a sua própria autobiografia, hoje já muito mais comum essa prática.
Alguns esclarecimentos iniciais
O que vimos chamando de “filosofia árabe” são um conjunto de estudos e pesquisas que buscam alcançar uma possível harmonia entre razão e fé. Essa tentativa também foi feita na cristandade pelos filósofos cristãos Agostinha de Hipona (354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274). Khaldun nasceu em 27 de maio de 1332 na cidade de Túnis (atual Tunísia) e faleceu em 15 de março de 1406 na cidade do Cairo, Egito, aos 74 anos incompletos.
Eu mesmo sempre o classifico como “filósofo”, o que era muito comum desde Sócrates, ou seja, chamar de “filósofos” todos os que eram pensadores e faziam reflexões sobre a sociedade em que viviam. Só muito recentemente surgiram escolas que passaram a formar sociólogos, economistas, geógrafos e historiadores.
Dito de outra forma, podemos afirmar com convicção que o pensamento de Khaldun tem aspectos históricos (filosofia da História), sociológicos, econômicos, geográficos, jurídicos e teológicos. E, no limite, até mesmo Relações Internacionais e Diplomacia, já que ele exerceu a função de Secretário de Estado de vários sultões no Norte da África (seu primeiro papel como Secretário de Estado foi com apenas 23 anos, em 1355 quando serviu ao sultão Abou Inan Faris; além desses serviu ainda aos sultões Abou Salém, Abou Hammu e Abdul El Aziz).
Khaldun terminou a sua vida na cidade do Cairo, exercendo a função de Cádi, que na hierarquia do poder judiciário islâmico corresponde ao nosso presidente do Supremo Tribunal Federal. Exerceu essa função desde o ano de 1387 até o seu falecimento em 1406[1].
Vale a pena mencionarmos os grandes pensadores da época que Khaldun viveu. Foram eles: Bocaccio que era crítico de Dante Alighieri e viveu entre 1313 e 1375. Temos também Ibn Batuta, viajante e cronista árabe que viveu entre 1304 e 1377. Tivemos ainda Eduardo de Woodstock, conhecido como príncipe Negro da Inglaterra, que viveu entre os anos de 1330 e 1376. Conhecemos ainda Geoffrey Chaucer, filósofo e escritor inglês que viveu entre 1340 e 1400). Por fim, registramos o cronista Jean Froissart de origem francesa que viveu entre os anos de 1337 e 1410[2].
O mundo no contexto que a obra foi escrita
Quando analisamos qualquer autor, em especial pretendemos resenhar a sua obra principal, é de bom alvitre que analisemos o período e as circunstância onde ela foi produzida. A época de Khaldun, já se iniciava um certo declínio lento e gradual do Império árabe, que levaría à derrubada dessa etnia do centro do poder em 1453 quando a etnia turca tomou a cidade de Constantinopla em 1453.
Via-se a degradação dos califados e estados islâmicos na Península Itálica. Da mesma forma, os mongóis, sob a liderança de Timur Lenk, conhecido no Ocidente como Taramelam, ocupou todo o Norte da África, onde tribos nômades foram perseguidas pelos conquistadores.
É preciso registrar que enquanto os árabes e os muçulmanos do Império que leva esse nome, construíam e preservavam as maiores bibliotecas que a humanidade já tinha conhecido, na Europa, o obscurantismo da inquisição, que de santa não tinha nada, queimavam pessoas e livros na fogueira.
A primeira tradução de que se tem notícia dos Prolegômenos do árabe direto para o francês, foi realizada no período compreendido entre 1862-1868 e foi feita por William McGuckin, Barão de Slane, em três volumes. Apesar de ele ser irlandês, viveu boa parte de sua vida na França e por isso a tradução para o francês. Essa obra saiu com o título Discours sur L'istoire Universelle.Já a tradução para o inglês foi publicada somente em 1958 [em New York] e foi realizada por Frank Rosenthal também em três volumes [Bollingen Series, 43].
Aspectos gerais de seu pensamento
É inegável para todos os estudiosos da obra khalduniana, que seu pensamento é amplamente multifacético. Ele se baseia em diversos campos das ciências humanas, tendo sido ele um precursor de várias dessas ciências modernas que estudam a sociedade.
Khaldun analisa os diferentes tipos de trabalho, exatos 596 anos antes que Émile Durkheim publicou seus estudos sobre isso em 1893. Ele estabeleceu o caráter produtivo dos serviços em geral 399 anos antes de Smith ter apresentado as sus teorias em 1776, quando publicou a sua magistral A Riqueza das Nações. Khaldun teorizou pela primeira vez sobre o valor das coisas 490 anos antes de Karl Marx ter publicado o volume do Capital em 1867. Por fim, Khaldun também “dá” conselhos aos sultões que serviu, com base na sua obra, exatos 136 anos antes de Maquiavel publicar a sua obra prima intitulada O Príncipe em 1513.
Outras traduções ocidentais da obra de Khaldun
Publico a seguir, com as respectivas datas em que elas foram escritas no original e dados de sua tradução e de seus tradutores. São as seguintes:
1351 – Gist of the Compendium on the Principles of Religion e publicada no Marrocos com o título de Lubáb Al-Muhassal fí Usúl Al-Dín, Tetuan, Editora Marroqui, 1952;
1373-1375 –A Guide for Those Who Try to Clarify Problems e publicada em Istambul, na Turquia com o título Shifá il Li-Tahdhíb Al-Masá il, editor Osman Yalin Matbaasi, 1957-58.
1377 – An arab Philosophy of History: Selection From the Prolegomena of Ibn Khaldun of Tunis, Londres, editado pela Murray em 1950, da obra original incluindo a auto-biografia do escritor.
1377-1382a – Kitáb Al-'Ibar (The Universal History), em sete volumes, pela editora Bulak, Egypt, 1867.
1377-1382b –Histoire des Berbères et des Dynasties Musulmanes de l'Afrique Septentrionale, cujo título original em árabe é Kitáb al-Duwal al-Islámiyya bi-Maghrib, em dois volumes, editada na Argélia pela imprimerie Gouvernement em 1847-1851; em 1925-1956, surge a edição francesa dessa mesma obra, publicada pela editora Geuthner, Paris.
1377-1406 – Al-Ta'ríf (Autobiography), publicado no Cairo em 1951 por Lajnát al-Ta'líf .
O francês Vincent Mansour Monteil, convertido ao islã, fez uma tradução direta do árabe, intitulada Ibn Khaldun: Discours sur l´histoirie universelle, em três volumes, Beirute-Paris, 1967-1968. O alemão Franz Rosenthal fez uma tradução para o inglês, intitulada Ibn Khaldun: The Muqaddimah, an introduction to History, em três volumes, pela Princeton, 1958 e 1967.
O livro El Mukhadima foi descoberto pelos eruditos franceses Barthélemy d´Herbelot (1625-1695), por Antoine Isaac, Baron Sylvestre de Sacy (1758-1838) e pelo austríaco Josef von Hammer-Purgstail (1774-1856). Posteriormente, outro acadêmico, chamado Etienne-Marc Quatremère (1782-1857) fez a primeira tradução completa em 1868, quando nessa mesma época apareceu no Cairo uma outra edição de Nasr al-Hurini[3].
No Brasil, existe apenas uma tradução da magnífica obra Os Prolegômenos, direto do árabe. Essa tradução, foi feita por José Khouri, então membro do Instituto Brasileiro de Filosofia (ainda hoje existente e presidido pelo jurista Miguel Reale) e por Angelina Bierrenbach Khouri, então professora de Ciências da Escola Normal Alexandre de Gusmãoem São Paulo. A obra foi impressa pela "Editora Comercial Safady Ltda.", Organização Jamil Safady, Volume I impresso em 1954.
Aqui registro um parênteses importante sobre esse trabalho: tentei entrar em contato com ambos, mas não conseguimos, provavelmente já sejam falecidos. Tenho um projeto de fazer uma atualização dessa tradução, inserindo, sempre que possível, notas técnicas e comentários de esclarecimentos. Fiquei até sabendo que a biblioteca pessoal do sociólogo Gilberto Freyre, tem esses livros da edição brasileira e todo ele anotado. Um dia pretendo tomar contato com essas anotações para aprofundar as minhas pesquisas sobre Khaldun e a Sociologia árabe.
Divaga sobre aspectos psicossociais e físicos nos seres humanos, em função da abundância ou penúria por que passam as pessoas: "Não possuindo bastante dinheiro [as tribos árabes nômades do deserto] para fazerem grandes compras, podendo apenas adquirir o estritamente necessário, estão longe de ter com que viver na abundância. Quase sempre vemo-las adstritas ao uso do leite, alimento que, para elas substitui perfeitamente o trigo; estes homens, habitantes do deserto, a quem faltam inteiramente os cereais e os condimentos, superam, em qualidades físicas e morais, os habitantes do Tell, que vivem na abundância. O excesso de alimentação e os princípios úmidos, que existem nos alimentos, provocam no corpo, secreções supérfluas e perniciosas que produzem gordura excessiva e uma abundância de humores nocivos e corrompidos, o que provoca uma alteração da tez e tira às formas do corpo sua beleza, sobrecarregando-o de carnes" (Livro I, pág. 136-7).
Todos esses conceitos, são fundados em aspectos que são sociológicos, ainda que de forma rudimentar, mas que o tornam, segundo nosso ponto de vista um dos primeiros sociólogos, estudiosos da sociedade humanas de forma científica. Nas minhas aulas de Sociologia na Universidade Metodista de Piracicaba onde lecionei por mais de 20 anos, sempre falavadele como um sociólogo árabe, apesar de ignorado pela maioria dos meus colegas e pesquisadores de universidades brasileiras. Quando contamos a história e a origem da Sociologia moderna, na maioria das vezes não lembramos de Khaldun. Eu faço justiça a seu pensamento, bastante avançado para a sua época.
Gosto também de fazer pequenas comparações entre as obras de Maquiavel, em O Príncipe e a obra de Khaldun, nos Prolegômenos. A seguir, pequenas citações, que reforçam essa comparação. A pergunta que fica é a seguinte: teria Maquiavel lido a obra khalduniana? Existem muitos autores que afirmam que sim, tamanha são as semelhanças entre os dois pensadores. Mas, salvo de Maquiavel falasse o árabe, isso talvez tivesse sido improvável na medida que as traduções direto do árabe para o francês, inglês e espanhol só começaram a nos chegar a partir de meados do século XIX.
Khaldun sai em defesa de um governo forte que mantenha a ordem: "há para os homens necessidade absoluta de se reunirem em sociedade, como temos repetido várias vezes. A reunião dos homens em sociedade é o que se designa pelo termo umran (organização social, civilização). Ao adotarem a vida social, os homens não podem prescindir de um moderador ou magistrado a quem devem recorrer" (pág. 133).
É como se Khaldun estivesse dando conselhos aos sultões da sua época, ao qual ele tão bem serviu a vários deles, orientando-os sobre a questão do compartilhamento do poder e ao mesmo tempo, como cientista da sociedade e sociólogo, ele estaria também constatando a realidade do absolutismo do poder, que viria a assolar praticamente toda a Europa na Idade Média.
A ascensão e queda de um império: "Na primeira [etapa], a tribo entrou na posse do que mais desejava, resistiu aos ataques, repeliu os inimigos, conquistou um império e apoderou-se do poder da dinastia que o tinha nas mãos antes dela" (1ª etapa, pág. 313). "Na segunda fase, o soberano usurpa toda a autoridade, tirando-a do povo e repelindo as tentativas dos que querem compartilhar com ele do poder" [também aqui são análises que mostram uma etapa absolutista de poder] (2ª etapa, pág. 314). "A terceira fase se caracteriza pelo ócio e a vida tranquila. O soberano desfruta agora da recompensa de seus esforços; dono do império, pode com toda a liberdade, entregar-se à paixão que leva os homens à procura das riquezas, à ânsia de eternizar a própria existência por monumentos duradouros e criam para si alta reputação" (3ª etapa, pág. 314). "A quarta fase é um período de contentamento e de tranquilidade. O soberano mostra-se satisfeito com a glória que lhe foi transmitida; vive em paz com os príncipes dignos de igualá-lo ou capazes de rivalizar com ele em poderio" (4ª etapa, pág. 315). "A quinta fase caracteriza-se pela prodigalidade e pelo esbanjamento. Gasta o soberano, em festas e em prazeres, os tesouros amontoados por seus predecessores; grande parte dessas riquezas é distribuída a seus cortesãos a título de honorários, empregando o restante em manter o brilho de suas recepções e em cercar-se de falsos amigos e de intrigantes" (5ª etapa, pág. 315).Todas estas fases aparecem no Capítulo XV, Terceira Parte, Livro I, intitulado "Indicações das fases por que passam os impérios; das modificações que se produzem nos costumes e nos caracteres da população, pág. 313-31). Alguma semelhança com relação à acomodação que vivemos nos 13 anos de governos progressistas do Partido dos Trabalhadores e seus aliados?
Seria possível falar em rudimentosde marxismos antes de Marx?
Também em meus estudos e pesquisas sobre Khaldun, selecionei diversos trechos, onde é possível tecer comparações com a obra monumental de Karl Marx, talvez o último grande filósofo que a humanidade conheceu, entendendo filósofo aquele pensador que conheceu e estudou toda a sua época e todas as épocas históricas passadas. Também aqui indagamos: teria Marx lido e travado contato com a obra de Khaldun? 450 anos antes de Marx, Khaldun usa um forte tom “marxista” em sua obra. Poderíamos falar em marxismo antes de Marx?
Aqui faço novo parênteses. A discussão histórica sobre o valor das coisas é milenar. Aristóteles foi o primeiro filósofo que tocou nesse assunto em seu livro V de Ética à Nicômano. Ele teoriza como um arquiteto podería adquirir de um artesão/sapateiro uma sandália. Qual equivalência isso tería que ter. tomas de Aquino, mais de mil anos após também teoriza sobre esse assunto. Depois veio Khaldun. Mas, apenas a genialidade de Marx, em 1867 com o Capital que ele vai estabelecer o valor de todas as coisas, guardando uma relação direta da quantidade de trabalho nela empregada para ser produzida (inclusive no setor de serviços).
Também outro parênteses necessário. Vejam a profundidade – para a época, claro – com que ele já anuncia a especulação urbana. Marx chamará a isso e a classe dos que vivem disso de rentistas. Hoje mais do que nunca essa especulação ocorre em vários aspectos da economia, em especial e principalmente, na financeira, ou seja, o dinheiro fazendo cada dia mais dinheiro sem que seja necessário passar pelo processo produtivo do trabalho.
Com simplicidade, Khaldun define o significado de comércio e ao mesmo tempo descreve movimentos especulativos feitos pelos comerciantes para aumentarem seus lucros. Segundo Marx, o comerciante realiza a mais-valia ao vender as mercadorias produzidos pelos seus empregados. Isso pode ser comprovado com a afirmação de Khaldun: "O que produz o lucro e fornece os meios de viver, são os ofícios e o comércio" (pág. 311). Não é impressionante. O operário produz a mais-valia no fabrico das coisas e o patrão a realiza quando vende essa mercadoria por um valor muito maior do que custou. As artes e ofícios descritos e mais importantes na época: marcenaria, alvenaria, tecelagem, alfaiate, agricultor, parteira, medicina, escritor, livreiro, cantor e matemático (pág. 325-377).
Algumas conclusões
De forma resumida, podemos dizer que Khaldun trata em sua magistral obra de poder (antes de Maquiavel). Trata da solidariedade, como conceito de assabyya muito antes de Durkheim ter estudado o tema. Trata dos ciclos de poder muito antes de Vilfreto Pareto. Trata do valor das coisas e as relaciona com trabalho muito antes de Marx (Smith trata disso também, mas não consegue enxergar a diferença entre trabalho produtivo e improdutivo, segredo que só Marx desvendaria). Por fim, até sobre o “estado natural” Khaldun trata, muito antes de Hobbes.O maior historiador inglês Arnold Toynbee (1889-1975) disse sobre ele: “Ibn Khaldun é o mais inteligente intérprete da morfologia da história que já surgiu em qualquer lugar do mundo até hoje”[4].
Quiçá nos dias atuais pudéssemos ter pelo menos um Khaldun que nos iluminasse os caminhos tão difíceis e tortuosos que temos tido a necessidade de trilhar. Somente pelo estudo de pensadores como esse e de todos os grandes que os sucederam, citados neste artigo de forma suscinta, é que poderemos desenvolver um pensamento mais avançado e evoluído sobre a organização de nossa sociedade, que concentra renda e riqueza nas mãos de tão poucos.
[1]Este resumo que aqui publicamos foi feito a partir da própria autobiografia do autor, pág. 479-546, V. I da obra Os Prolegômenos. Todas as citações que faremos neste trabalho têm como referência a edição brasileira de 1958, traduzida direto do árabe por José Khouri e Angelina Khouri, editado pela Safady Comercial. A obra é encontrada apenas em sebos.
[2] Para maiores informações sugiro a consulta à página https://en.wikipedia.org/wiki/Ibn_Khaldun na versão em inglês da Wikipédia ou https://pt.wikipedia.org/wiki/Ibne_Caldune na versão em português. Acesso em 4 de abril de 2017, às 12h32.
[3] Os dados destes “descobridores” de Khaldun, foram obtidos no artigo intitulado Ibn Khaldun: el primer sociólogo de la história, de autoria de R. H. Shamsuddin Elía, professor do Instituto argentino de Cultura Islâmica.
[4]Esta citação pode ser encontrada em sua obra mais importante que é Um estudo de história, publicado no Brasil pela Editora Martins Fontes. A minha edição pessoal e a segunda, de 1987. Esta passagem pode ser encontra na página 512.